It looks like you don't have flash player installed. Click here to go to Macromedia download page.
Este novo projeto acabado de nascer, neste início de ano letivo 2018/19, surgiu de uma brincadeira minha em que, tendo aqui em casa a parte de cima de uma bengala trazida de Marrocos (Marraquexe) representando a cabeça de uma ave de rapina, em metal, procurei utilizar este objeto meio perdido e sem utilidade aqui em casa, ( acontece que me tiraram no aeroporto o varão de madeira que constituía o resto da bengala, por considerarem que eu a poderia utilizar como arma, a parte metálica com a cabeça de ave veio na mala que despachei, o varão de madeira, embrulhado em plástico com bolhinhas de ar, vinha comigo para bordo junto com os instrumentos musicais que tinha comprado) para fazer um ponteiro com o qual poderia, na sala de aula, utilizar para apontar no quadro as leituras dos alunos ou ir sinalizando algo enquanto fosse dando algumas explicações sobre a matéria. Assim nasceu a ideia. A cabeça de ave metálica foi acoplada a um pedaço de madeira seca, retorcida e com curvas, que é o resultado da ação da natureza sobre alguns desperdícios da horta, como talos de couve por exemplo. Limpo, passado a lixa e envernizado fica um objeto muito curioso. E estava feito o primeiro ponteiro. Depois deste seguiram-se outros, aproveitando outros talos de couve secos, curvos e retorcidos e, também, varas de funcho. Com cerca de uma dúzia destes objetos construídos, pensei, porque não uma brincadeira para o Carnaval, expor os ponteiros e as batutas (uns objetos do mesmo género mas mais pequenos) e preparar algumas canções, para trabalhar com os alunos, com flautas e instrumentos Orff, à semelhança de outros projetos já efetivados em anos anteriores. entretanto, os textos das canções começaram a surgir de rajada e o projeto começou a ganhar força e forma.
UM PONTEIRO ASSIM
Um ponteiro assim
com pedras coloridas
uma parte de mim
nas palavras perdidas
um ponteiro assim
de longe a lua veio até mim
veio e não se perdeu
um ponteiro assim devolve a lua ao céu
BATUTA
Batuta que corta o vento
em ziguezagues no ar
a música é o fermento
que cola o sonho a teu caminhar
batuta, batuta
sinfonia conduz
escuta, escuta
a música seduz
MADEIRA VELHA
Uma batuta de madeira velha
esfarrapada e com buraquinhos
foi o tempo que, sábio, aconselha
fazer música não nos deixa sozinhos
laranja seca se espelha
assim num jeito de flor
batuta madeira velha
música, semente do amor
ÁGUIA
Cabeça de águia no ponteiro
espírito que chega primeiro
nas curvas desse caminho bom
espírito mau prisioneiro
e a minha vida sem sair do tom
águia não voa em bando
ponteiro segue o teu voar
nas nuvens por onde ando
ensino a terra a cantar
TIBETE
Um búzio forrado a metal
cor que a sombra não repete
são os meus olhos de sal
olhando o ponteiro Tibete
na madeira retorcida
toda a magia da vida
tibetana minha mão
conduz mais uma lição
PONTEIRO DE POEMAS
Ponteiro de caminhos perdidos
perdidos no tempo de ampulheta
ponteiro de poemas esquecidos
guarda dentro de si a caneta
solta o verso e tens a liberdade
pinta o sol e tens a verdade
prende a tua mão na minha
aprende a esquecer a erva daninha
LIMÃO
Um limão
que caiu no chão
o sol chegou
o limão secou
ponteiro limão perfurou
anel bonito ficou
aqui junto a minha mão
ponteiro no meu coração
era citrino
'inda menino
a noite disse
que ele sorrisse
limão por sorte sorriu
alguém com norte o viu
limão não presta mas sonha
que o sonhador o apanha
CHINA, CHINESA
China, chinesa, Pequim
Xangai de mim que te adoro
por ti não choro, pois sim
limpei meus olhos no passado
xié xié se é para dizer obrigado
China, chinesa, nihao
ao ver-te neste ponteiro
meu verdadeiro xiao
Beijing, beijinho, sempre pangueyóu
ponteiro mostra o caminho por onde vou
SE UM DIA DESTE FLOR
Se um dia deste flor
baloiçando no ramo
o vento foi teu amor
mas eu também te amo
se um dia deste flor
na árvore da avenida
não te esqueças por favor
na raiz nasce a vida
o céu estava mais perto
agora apontas o mundo
do sonho, poço sem fundo
tu fazes o lugar certo
PONTEIRO
Ponteiro de apontar
na mão do professor
guia meus olhos devagar
um dia serei doutor
ponteiro de apontar
aponta que não é feio
aponta que quero chegar
ao fim do sonho que veio...
... iluminar minha vida
ganhar a causa perdida