WOODY ALLEN
Que bronx
que trilha sonora
que ponte de Brooklyn
que azul jasmine
que Freud
que american blues
que judeu neurótico
que jazz
eu m'interrogo
eu rogo, eu canto tua luz
Manhattan, tua noite, teu som
meu olhar relâmpago
eu pago pra ver
teu personagem, teu dom
que Broadway
que final feliz
que rosa púrpura
que ateu
que citação
que comédia em pé
que livro por nascer
em ti
meu coração
ação, tu no meu grande plano
cidade que nunca dorme
m'nha loucura
cura, tudo pode dar certo
tela, câmara, canção
que cinema
que grande maçã
que facho erguido
na tua mão
que tempo
que exemplo bom
que interrogação
no filme
eu m'interrogo
eu rogo, eu canto tua luz
Manhattan, tua noite, teu som
meu olhar relâmpago
eu pago pra ver
teu personagem, teu dom.
Na minha viagem a Nova York, em conversa com alguém, fiquei a saber que o problema da violência na cidade foi substancialmente atenuado, através de programas que visavam retirar os jovens dos gangues da rua, e atraí-los para espaços e actividades que os inserissem, motivassem e lhes abrissem janelas de oportunidade. Nesses programas colaboravam estrelas do desporto, como por exemplo, da NBA, gente famosa nas mais diversas áreas de actividade, entre os quais, Woody Allen. Antes destes programas, implementados pelo mayor da cidade na época, Rudolf Giulliani, não seria possivel visitar alguns dos bairros problemáticos de Nova York, nenhum taxista se atreveria, muito menos um turista. Eu, tive a sorte de beneficiar dos resultados muito positivos dessa iniciativa, onde, justamente, Woody Allen deu o seu contributo.
A cidade de New York causa ao turista que pela primeira vez a visita, uma estranha sensação, misto de êxtase por estar ali, na cidade mais cantada e mais filmada do mundo, e, o confronto com a nossa pequena dimensão perante a grandiosidade de Manhattan. As duas sensações são boas e ficam ampliadas com as visitas guiadas, onde, sempre nos chamam a atenção para os prédios, em New York são eles mesmos o centro das atenções e tem sempre alguma história sobre eles que nos é apresentada, ou porque nele habita algum actor de cinema conhecido, ou porque foi o primeiro arranha céus, ou pela importância do magnata proprietário, ou porque à sua porta foi assassinado John Lennon (Dakota building). Na verdade os arranha céus de Manhattan foram surgindo uns após outros como forma de mostrar poder económico, ou seja, a vaidade e a ambição estão na génese da grandiosidade e beleza de Manhattan.
O local que mais me impressionou e que recomendo a todo o visitante de New York, é a subida ao topo do Empire State Building. No meu caso, visitei New York alguns anos depois do 9/11, o ground zero estava em obras e estar naquele lugar é muito marcante para qualquer pessoa, no entanto, a subida ao Empire State Building obrigou-me a questionar, sem que alguma resposta me fosse possivel vislumbrar, que desespero é esse que faz com que pessoas se atirem de uma altura semelhante, como fizerem muitos nas torres gémeas. Essa pergunta sem resposta fez com que eu ficasse ali, por muito tempo, apesar do frio na varanda exterior. Noutro plano, posso dizer que a paisagem é deslumbrante. A minha visita foi noturna e o cenário que se abre perante os nossos olhos é de cortar a respiração.
BY NIGHT
New York contém todos os cenários que já nos foram dados ver em filmes, documentários, notícias na televisão, nas canções de Sinatra, Bennett e tantos outros, por isso, estar ali é quase como um sonho, tudo o que se deve fazer é aproveitar ao máximo. Lembro de uma visita ao bairro judeu de Brooklyn, quando ao voltar para Manhattan o nosso guia colocou a música New York, New York cantada pelo Sinatra, quando estávamos na ponte sobre o rio e o belo cenário noturno do perfil da cidade se abria aos nossos olhos, foi muito emocionante, não consegui evitar que as lágrimas começassem a correr.